Seresta de Alentejo

(Homenagem à música: "Fado Tropical", de Chico Buarque)

O musal tropical fado
Tem uma benção em seu brado,
Costuma me embriagar.
Nos seus versos tão tristonhos,
Banho-me ao sol, largo-me ao sonho,
Costumo devanear

Seu ritmo toca minh'alma.
Com a força e com a calma
De um Vinicius de Morais.
Como pode uma canção,
Que não chora o amor vão,
Provocar-me tanta paz?

A beleza do lirismo
Arrebata-me a um abismo,
Onde o chão encontra o céu.
Na tempestade emotiva,
A minh’alma comovida
Destroça meu peito ao léu.

O musal tropical fado
É maldito por um lado,
Costuma me emocionar
Nos seus versos, vez risonhos,
Largo-me ao mar, e aqui componho
O meu próprio soluçar.


Ailton Torres Câmara - 17 de novembro de 2008

Proposto por [e dedicado à] minha amiga Marinha Alves

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